segunda-feira, 19 de maio de 2008

El Eternauta nas telas


É tanta adaptação de quadrinhos para o cinema que logo as pessoas vão ficar completamente enjoadas. Os estúdios investem cada vez mais, mesmo assim o conteúdo em geral deixa muito a desejar. Eles não conseguem captar realmente a essência.

No entanto, tem uma notícia que me deixou animado, envolvendo a adaptação de um clássico dos quadrinhos argentinos: El Eternauta, criação do Hector Gérman Oesterheld. Se fosse qualquer outro diretor, eu receberia com indiferença, mas com a adesão de Lucrecia Martel as expectativas são altíssimas. Quem viu La Niña Santa sabe do talento dessa diretora para criar tramas psicologicamente densas.


Na real eu li somente uma página do Eternauta, mas foi uma página que li quando criança e marcou pra sempre, desenhada pelo genial Alberto Breccia (não confundir com o Enrique Breccia, filho dele). Desde então, eu sou louco pra ler a história toda. Seria ótimo se o filme fosse um sucesso e finalmente El Eternauta fosse publicada no Brasil. Apesar de ainda pouco conhecidas, as HQs argentinas tem muita coisa boa. Tiveram mais penetração na Europa do que no mercado americano. Grande vacilo dos editores americanos e brasileiros.

H.G. Oesterheld, "desaparecido" durante a ditadura militar argentina, era um grande e prolífico roteirista. A arte do uruguaio Alberto Breccia é originalíssima, meio como um antecedente de Bill Sienckiewicz em preto e branco, experimentava muito com texturas. Apesar de ter lido pouca coisa deles, tenho certeza de que esse time criativo estava na vanguarda mundial dos quadrinhos.

P.S.:
Outra novidade nessa leva de adaptações de personagens fora do circuito americano é o Capitán Trueno.

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