terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mensagem de fim de ano !

Reproduzindo um email que eu mandei pra galera:
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Bora povo!
2008 pra mim foi massa.
Espero que 2009 seja ainda melhor,
para mim e todos vocês que são meus amigos.
Espero que vocês botem fé no que não se vê,
para conseguir o que ainda não tem (já diria o pessoal do Vates e Violas!).
Eu vou tentar seguir meu caminho,
sabendo mais a cada dia sobre como extrair o melhor de mim mesmo...
Tomara que nossos caminhos se encontrem !
Aquele abraço do German Ray


























p.s.: de resto, deixo vocês com alguns quadrinhos
de Millionaire, Woodring, Rafael Sica, Kochalka ( e um desconhecido japonês)
pra reforçar a idéia das infinitas possibilidades que se abrem... (se clicar ampliam!)
http://www.americanelf.com/
http://www.maakies.com/archive/index.html
http://rafaelsica.zip.net/
http://www.jimwoodring.com/





Melhores 2008 : Quadrinhos

Fim de ano e mais inevitáveis listas....
Vocês já devem ter visto as listas da revista O Grito, onde eu colaboro?
Lista GERAL
Lista INDIVIDUAL
Aproveito para publicar minha listinha de melhores Histórias em Quadrinhos do ano,
dentre as publicadas no Brasil. Aliás já publicada nesse último link, que mostra a lista de cada membro do "Júri especializado". Aqui vão os comentários.

1 Ordinário
2 CHE
3 Underworld
4 Mesmo Delivery
5 All Star Superman
6 Frango com ameixas
7 Crise nas Múltiplas Terras
8 Violent Cases
9 Bubbles & Tilt




Primeiro, essa lista que eu enviei ao GRITO! é meio furada, pois "Ordinário", a coletânea de tiras do Rafael Sica, ainda não apareceu nas livrarias.
Eu sei que é estranho incluir numa lista algo que ainda não foi oficialmente lançado, mas as tiras de Sica eu acompanho sempre no site dele. Sei que o cara é um gênio.
Mas o que importa é que a tal editora Barba Negra ainda não fez esse lançamento - aliás pelo que sei, a editora ainda nem estreou (outro livro que eles iam lançar era o do Sieber).

CHE (Oesterheld & Breccia) foi lançado em cima da hora, faltando pouco para o ano acabar.
É uma coisa de louco, a arte e o roteiro são muito desafiadores e trata-se de um trabalho realizado em fins dos anos 60, pouco depois da morte de Che Guevara. Merece um texto à parte.
Quem sabe depois eu escreva?

Underworld (KAZ) já foi devidamente analisado por mim no site, algo como "Cada pequeno detalhe, cada risco numa parede, cada formato dos balões, cada pelo na barba de um personagem está ali por uma razão, porque é essencial para o clima da tira."

Mesmo Delivery (Grampá), vale acrescentar que basta folhear o livro por 10 segundos e você percebe que é uma coisa muito acima da média dos quadrinhos brasileiros, bom o bastante para causar comoção da crítica internacional, já que foi publicado lá fora também. O cara tá cheio de projetos, um deles é uma edição especial do Hellblazer...

All Star Superman (Morrison & Quitely) não me lembro quantos números sairam este ano, mas dificilmente haverá HQ de Super-herói mais emocionante que a edição 10 do (assim chamado no Brasil) Grandes Astros Superman. Morrison é uma das poucas mentes realmente pensantes nos quadrinhos Marvel/DC. Por outro lado, eu não li ainda o Batman que ele tá escrevendo também. Dizem que não é tão bom.

Frango com ameixas (Marjane Satrapi). É uma grande contadora de histórias contando uma que me toca em especial, já que eu também sou músico: um homem perde a razão de viver depois que quebram seu instrumento e não encontra outro que tenha um som à altura.

Crise nas Múltiplas Terras (Gardner Fox & Mike Sekowsky), Também já analisado num texto para o Grito!. Importância histórica e muito, muito divertido. Eu disse algo como "É, acredite, acontece MUITA coisa nestas páginas e se você se considera um apaixonado pela história dos quadrinhos, este é um lançamento primoroso e essencial. Se você quer entender melhor porque tanta crise no universo DC, ainda mais enquanto está sendo lançada nos EUA o mega-evento Final Crisis, leia de todo jeito."

Bubbles & Tilt (Tulio Caetano). A começar pelo formato grandão, um originalíssimo lançamento da Zarabatana. Uma editora que só lança coisa boa, em pequena escala.

Violent Cases (Neil Gaiman & Dave McKean). Ainda não terminei de ler, mas se trata de uma HQ cativante e a primeira colaboração da dupla Gaiman & McKean. Brilhante no modo como mostra as fugidias memórias de um menino que conheceu o médico de Al Capone, como um pretexto para as mais diversas tergiversações. Inexplicável que isso tenha ficado inédito tanto tempo.
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Por último, não incluído na lista, estaria Promethea, de Alan Moore e J. H. Williams III. Lançada pela Pixel, eu não a incluí realmente na lista porque detestei o formato menor em que foi lançado, menor do que o formato americano, quando o traço de Williams e suas diagramações imprevisíveis mereceriam até mesmo uma ampliação do tamanho.

Outros que poderiam ser incluídos entre os melhores:


Estórias Gerais (Wellington Srbek e Flávio Colin), mas se trata de um relançamento de um álbum nem tão antigo. Muito bom ver Flávio Colin ilustrar com sua peculiar maestria um bom roteiro.

Pés de Pato - Love & Rockets volume 2 (Gilbert Hernandez) que vim a ler depois de mandar a lista e ainda não terminei. Bom que a Via Lettera lançou mais um volume, os fãs já achavam que era um caso perdido. Ele traz o cotidiano de um vilarejo mexicano para quem já está cansado dos super-heróis e do americanismo em excesso nos quadrinhos...




Gostei bastante também de uma modesta HQ (curtinha) meio fotonovela chamada "A colheita do Cramunhão", de Maurício Castro e Equipe. Lançamento da Livrinho de Papel Finíssimo Editora. Possível de se obter pelo email livrinhoeditora@gmail.com (se pudesse botaria um scan da capa ao menos).

2008 foi um ótimo ano para os quadrinhos nacionais, mas infelizmente não li muitos deles.
Ainda quero ler: Menina Infinito, Prontuário 666, Chibata!, O Cabeleleira, etc e o bem comentado quadrinho on line Muertos.

Quero ler ainda também Black Hole 2, Epilético 2, O Fotógrafo 2, etc. O Pequeno Príncipe de Joann Sfar deve ser muito bom! LOCAL, de Brian Wood e Rian Kelly, eu li o primeiro capítulo e gostei.


PIORES DO ANO

Como se sabe, eu vim pra somar e não pra dividir,
mas tem certas coisas que não me descem pela goela.

Um dos piores quadrinhos que eu li esse ano foi justamente "Os Leões de Bagdá",
mesmo sendo ele comentadíssimo e considerado uma obra-prima por muitos críticos
e tendo alcançado o 3o lugar na votação da revista O Grito!,
eu já disse aqui no blog e repito: não passa de um embuste e de uma ótima oportunidade desperdiçada para se discutir mais seriamente as questões (importantíssimas) da Guerra do Iraque.


DIVERSOS

E se for falar das coisas boas que eu peguei em sebos, velharias, vale comentar sobre o genial Eddie Campbell (sim, o que ilustrou "Do Inferno"). Foram vários números de Bacchus, que traz deuses gregos para um contexto contemporâneo de uma maneira muito, muito inteligente. Fiquei apaixonado pelos personagens e sempre acompanho o blog do autor.

Muitas coisas legais, incluindo o Sgt. Rock e o Enemy Ace de Joe Kubert - peguei uma ediçãozinha importada, não é encadernada, é só um número da revista mensal. Mas deu pra sacar que o trabalho de Kanigher e Kubert é coisa de mestre mesmo!

Peguei o FOREVER PEOPLE de Jack Kirby, uma incursão de corpo e alma aos fantástico mundo dos novos deuses - com um grande autor como Jack Kirby, esses seres fazem mais sentido. Com ele os personagens, ainda que sejam um pouco caricatos, tem uma alma.

Peguei o genial "Chapa Quente" de André Kitagawa. Baguio bom mesmo! Um raro autor completo no cenário nacional.

Tem os Sete Soldados da Vitória que eu colecionei esse ano.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

no Recife : NATAL DO IRAQUE 2008


Extra! Extra! Extra!



O fim de ano se aproxima e a alienação e hipocrisia humana chegam ao seu ápice. Mas, nem tudo está perdido, dê uma máscara de Bush para seu inimigo secreto e não esqueçam de levar um par de sapatos de reserva...






NATAL DO IRAQ 3 – A SAPATADA


Performance de Surpresa de Uva

Dj's: Evandro Q?, Milícia & Maneco, Trazom e Abelardo



Diogo Todé e Fernando Perez exibirão filmes pornôs de suas coleções


Retrospectiva fotográfica iraquiana
e
Lançamento do Single da banda Subinfected


Quarta - 24 dez - 23h
IRAQ
Rua do Sossego, 179 - BoaVista - Recife




Salvem o IRAQ!

Salvem Muntadar al-Zaidi!

E não tragam suas famílias!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

advinhe a que música pertencem as frases

o prêmio é um desejo de feliz natal.


.... unless you know the magic words ....

... going faster than a rollercoaster ....

... compro o jornal da manhã pra saber das novidade ....

... get the money motherfucker cause i got no more patience ...

... eu andava só por essa estrada ...

... dessa vida eu agradeço os desenganos ...

... so close, no matter how far ...

... vendo que aqui pouca coisa mudou ...

... tantas palavras num breve sussurrar ...

... Where do bad folks go when they die? ...

... Met a girl, fell in love, glad as i can be ....

... y asi nos reconocemos, curtidos de soledad ....

... procurei um alguém e lhe disse meu bem, você quer entrar na minha? ...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Novidades no mercado editorial de HQs

Nascimento e morte ... mas para mim ambas são boas notícias.

1)A Companhia das Letras cria um selo específico para quadrinhos...
muito bom porque é uma editora que tem ótima infra-estrutura e vai lançar algumas coisas muito boas que inexplicavelmente permanecem inéditas aqui...anunciam Chris Ware (Jimmy Corrigan), Craig Thompson (Blankets), Dash Shaw, além dos costumeiros Spacca, Will Eisner, Marjane Satrapi, art spiegelman, etc.
http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/n12122008_08.cfm

2) A Opera Graphica anuncia o fim das atividades. Essa editora lançava até muita coisa boa, sim senhor, mas eu não gostava da forma como eles lançam as coisas - edições caras, elitizadas, e às vezes muito mal impressas e desrespeitando os formatos originais e até a diagramação dos quadrinhos.
http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/n17122008_01.cfm

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Alguns pensamentos sobre Tomorrow Stories de Alan Moore

Segura que o texto é longo!

Para muita gente pode ter parecido estranho quando o roteirista Alan Moore, na aurora do seu universo da America´s Best Comics, lançou uma revista mensal com histórias curtas, auto-contidas, com um toque forte de paródia, humor e experimentação. Afinal, o cara se notabilizou por grandes sagas "sérias" como Watchmen, Do Inferno, etc. Mas quem acompanha a carreira de Moore talvez saiba que ele começou na Inglaterra fazendo tiras e depois histórias curtas para revistas como a 2000 AD. E consta que ao longo de sua carreira nunca deixou de experimentar com esse formato de HQs curtas, em parcerias com ilustradores mais alternativos, em publicações igualmente alternativas. E no topo da sua lista de quadrinhos preferidos, entre suas maiores influências, ele costuma citar revistas e séries de HQs curtas: The Spirit (de Will Eisner), os primórdios da revista MAD (quando Harvey Kurztman fazia os roteiros) e uma antologia dos anos 1970, ARCADE (com Robert Crumb, art spiegelman, Kim Deitch, Justin Green, etc.).

A 1a edição da revista Tomorrow Stories surgiu em outubro de 1999, e continha quatro HQs curtas de seis páginas, cada uma estrelando personagens diferentes. Cada personagem tinha um clima específico e o seu ilustrador-padrão. Cobweb era uma oportunidade de brincar com os fetiches de uma combatente do crime e sua parceira em relação lésbica, e era ilustrada por Melinda Gebbie, antiga militante do universo underground, e eventualmente esposa de Moore (também parceira em Lost Girls). Era das séries, a que mais explorava estilos artísticos diferentes, inclusive nos últimos números, desenhistas diferentes. Jack B. Quick por outro lado, era um menino gênio de um ambiente rural puritano dos EUA, que como diria a galera da Sessão da Tarde, aprontava as mais loucas confusões com suas invenções científicas. O desenhista era sempre o ótimo Kevin Nowlan. Greyshirt era basicamente uma homenagem ao The Spirit, com várias experimentações na narrativa, embora o temperamento linha-dura do personagem lembrasse mais O Sombra ou algum personagem do tipo. O ilustrador era o parceiro de longa data, Rick Veitch (colaraborou com Moore em o Monstro do Pântano, Supremo, etc.). Já a dupla First American e U.S. Angel deixava explícita a sátira aos super-heróis e a aspectos do modo de vida americano, em geral. Eram desenhados por outro antigo colaborador, Jim Baikie (Moore assinou com ele uma de suas primeiras sagas: Skizz). A adição tardia ao time de personagens veio com Splash Brannigan, um ser totalmente feito de tinta nanquim, que servia para satirizar inclusive os bastidores da indústria dos quadrinhos. Os desenhos eram de Hilary Barta.

No começo da linha ABC, Moore pretendia dar ao mundo um universo variedade de estilos, cheio de novas possibilidades, mesmo que essas possibilidades fossem muitas vezes uma releitura de antigas propostas... As antologias apresentando tramas curtas, vários desenhistas eram mais comuns antigamente, e hoje em dia estão um pouco em desuso, pelo menos no mainstream. Antigamente, inclusive, se faziam antologias coletando diversas de jornal, o que foi dando origem ao formato "comic book" como o conhecemos. Na verdade, no começo dos anos 80, Alan Moore até já quis experimentar um formato desses com personagens do Universo DC (houve uma proposta dele nesse sentido, antes do lançamento de Watchmen). Eu imagino também que foi uma oportunidade de experimentar narrativas diferentes, com artistas diferentes, e dar trabalho e visibilidade a velhos comparsas como Jim Baikie, Rick Veitch e Melinda Gebbie.

Tomorrow Stories foi uma série que não emplacou muito, talvez tenha parecido humorístico demais para o leitor de super-heróis e complexo demais para o leitor da MAD (revista que há muito tempo deixou de ser explicitamente quadrinhos). Foram somente 12 edições nos EUA.

Eu acabo de ler o volume importado que coleta as seis últimas edições, de 7 a 12. Vou tentar fazer alguns comentários basicamente sobre esse volume, embora possa fazer referência a outros que eu li quando saíram no Brasil (por aqui lançaram pelo menos até o número seis, pela Pandora Books).

Sobre Splash Brannigan, a conclusão a que chego é que por mais que Alan Moore seja bom no humor, ele ainda não é Harvey Kurtzman... nem o Hilary Barta se compara ao time da antiga MAD. Há vários momentos de brilho, mas em geral, o quadrinho seria mais forte se o estilo do desenhista fosse mais autêntico e menos uma diluição de Wally Wood e Will Elder... Ainda assim o resultado final é bastante positivo. Em "A Bigger Splash", o herói entra no mundo das galerias de arte, com muitas citações e brincadeiras metalinguística, que exigiram certamente muita habilidade do desenhista para brincar com os estilos... outros episódios brincam com as convenções de quadrinhos, a indústria da música e do cinema, etc.

As HQs da Cobweb tem um alto grau de experimentação com estilos. Talvez a minha preferida seja a belíssima estória em que Cobweb vai para o espaço... No número 5, há uma história em forma de colagens surrealistas, a história da primeira edição tem uma parte meio fotonovela, outra apresenta-se como uma tira dos anos 30 ou 40.... A arte de Melinda Gebbie é, em geral, a mais pessoal de toda a Tomorrow Stories, embora possivelmente não vá agradar nada aos leitores de super-heróis, e sim aos leitores de quadrinhos alternativos e underground. Nos últimos números, Alan Moore chamou uma das mais peculiares desenhistas dos quadrinhos alternativos americanos para fazer a arte de duas estórias da Cobweb. Foi a artista Dame Darcy, cuja estilo mais simplificado, infantil, caiu como uma luva para uma estória envolvendo personagens de contos de fadas e outra sobre a vida no futuro. Essa última HQ traz um dos roteiros mais originais de Moore nessa revista, sem dúvida um dos pontos altos. Há também uma HQ dela desenhada por uma bastante inexpressiva Joyce Chin, mas esqueçamos isso....

Greyshirt é um bom personagem e muitas de suas estórias envolvem experimentações, não no estilo artístico, mas sim na diagramação e na narrativa. Teve lá seus altos e baixos... algumas histórias são brilhantes neste volume, especialmente na genial “Hit and Run”, que é como se fosse um filme em que a câmera se encontrasse fixa na visão subjetiva do motorista de táxi. A diagramação com quadrinhos longos horizontais e o plano não mudam até o final da HQ. “Thinx” é outra Hq de destaque, com sua narrativa muito bem montada, onde nada é o que parece, e o uso preciso da linguagem e dos balões de pensamento (saiu por aqui num número da Pixel Magazine, aliás). Mas muitas outros episódios do personagem são fracos, uns porque tem roteiros fracos mesmo e também porque nem sempre o traço de Rick Veitch se adequa bem ao tipo de narrativa. Ele é um desenhista até elástico, mas cujo estilo às vezes fica artificial demais, sem vigor.


First American & U.S. Angel estão entre os personagens mais consistentes da revista. Em geral suas Hqs conseguiram manter um nível sempre bom, sempre divertido, e sempre com desenhos de Jim Baikie – que não é nada fora do feijão com arroz, pode falhar em alguns quesitos, diagramações meio confusas, mas tem um estilo próprio, natural, adequado às histórias. Os personagens de Baikie tem uma expressividade sobretudo em relação aos gestos, à postura corporal. As sátiras feitas aos documentários de televisão, à eleição presidencial, à “Quero ser John Malkovich”, às origens dos super-heróis, são ótimas, mas para mim o ponto alto é o resumão da história do século XX... Assim como Splash Brannigan, é bastante influenciado pelas sátiras da MAD e por Harvey Kurtzman. O american way of life é o grande alvo das piadas da série.


No mais, Jack B. Quick é o personagem que aparece menos, e é possivelmente o mais querido de toda a série. Deve ser complicado bolar as estórias dele, ou certamente Alan Moore teria inventado mais algumas – mesmo que sejam gozações, requerem um pouco de familiaridade com conceitos científicos. A identidade visual do personagem fica sempre por conta de Kevin Nowlan – inclusive arte-final e letreiramento, e a sintonia entre arte e roteiro é perfeita. As Hqs dele não são tão verborrágicas como algumas outras de Tomorrow Stories, a diagramação é bem simples, a virtuosidade dos desenhos fazem a “Suspensão da descrença” funcionar muito bem. Neste volume, existem duas histórias dele, a mais genial delas é “The facts of life!” (também saiu na Pixel Magazine), na qual Jack tenta descobrir e evitar os problemas da puberdade. Genial. Taí um personagem que deixou saudade.... De certa forma, são as histórias que narrativamente são mais quadradinhas, mas as tramas são tão absurdas que a gente tem certeza de que nunca leu nada igual!

Então, esse é o saldo de Alan Moore em Tomorrow Stories: muitas opções de estilo, muitos acertos, alguns erros feios, mas no geral é uma rara iguaria de um escritor talentosíssimo mostrando sua versatilidade. Seria legal ver mais coisas assim nos quadrinhos, coisas que brincam com o lugar comum, propostas realmente diferentes... pois é, não é qualquer roteirista que consegue dar conta de uma revista dessas. Mas bem que o pessoal poderia tentar.


sábado, 6 de dezembro de 2008

anotações para mim mesmo 122008

HQ

Será que só eu achei as cores do Sandman (a versão da Pixel no Brasil, com a nova coloração da linha Absolute) um desrespeito à obra original e mais do que isso, ruins de doer mesmo, mal-feitas ?
Na imagem, a de cima é a recolorida e a de baixo é a original.


A recolorização de Watchmen, para citar outro exemplo da DC, foi feita pelo colorista original, John Higgins, que só fez corrigir alguns defeitozinhos, dar um grau para deixar mais próximo às intenções originais. Essa do Sandman quis "atualizar" as cores... ficou sem personalidade. O problema é todo esse! E mesmo não há sintonia com a arte de Sam Kieth e Mike Dringenberg. Acho que teriam que refazer os desenhos também se fosse pra mudar mesmo... É como um remake feito pela metade.

Esse problema de colorização mal feita é preocupante... tira o tesão de ler muitas HQs. Mais "moderno" muitas vezes quer dizer inexpressivo, trabalho de gente sem estética e cheia de apetrechos computadorizados... Dá pra fazer coisas ótimas com o computador eu sei, mas tem que saber usar... conheço muita gente que pinta bem com pincel, mas quando vai pro computador faz coisas berrantes, cheia de efeitos bregas.

Não gostei das capas também... nem do formato - esse formato da Pixel, meio continuando uma tradição da Devir, eu acho infame e caro demais ! Era pra ser uma edição mais "acessível", inclusive dividiram o material de Prelúdios e Noturnos em duas partes, mas...

Gosto até do material que eles lançam - mas não da maneira como é lançado. Falando de Alan Moore, "Promethea" mesmo achei totalmente broxante o tamanho... é um material que mereceria, ao meu ver, uma edição mais caprichada, não precisava ser a capa dura de "Lost Girls" (cujo conteúdo eu acho até inferior), mas poxa... mais respeito...
hahaha só reclamações !


...

MÚSICA


Três coisas que vou procurar ouvir, parecem interessantes:

1) O novo disco do Pélico - uma total incógnita pra mim, que nem conheço nada anterior dele.
Foi bem falado, pelo Claudio do Trama Virtual e Descobrindo Bandas, e também mais pertinho, pela Raissa Pidona de Discos
http://www.myspace.com/pelico

2) Stela Campos cantando Daniel Johnston
http://www.myspace.com/stelacampos

3) Novo disco do Instiga
http://www.instiga.com/



quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

pra quem tá no Recife: Sabiá e Dunas


Segura essa
2 shows instigantes pra vocês no sábado !
Atenção para o horário...
depois não digam que eu não avisei.

Sabiá Sensível & Dunas do Barato
Dia: SÀBADO (dia 06 dezembro)
Horário: a partir das 15h

Local: QUINTAL DO LIMA
Endereço: Rua do Lima, Santo Amaro, Recife.
Entrada: R$ 5




mais explicações:

www.myspace.com/sabiasensivel

www.myspace.com/dunasdobarato