quarta-feira, 30 de março de 2011

links lokos via twitter

mixtape do festival ATP selecionada pelo Animal Collective. http://soundcloud.com/alltomorrowsparties/atp-animal-collective-mix


a média de vida de um logotipo de Saul Bass é de 34 anos: http://ow.ly/4ikom via @designrelated via raiza bruscky

tumblr maneiro do dia http://ideiasdefilmes.tumblr.com/ (via @renata_ze)

Ótimo blog sobre cinema africano com links p/ baixar! Vai! http://cine-africa.blogspot.com/

novidads

nova do Fleet Foxes.
novo disco vem aí...
http://stereogum.com/670101/fleet-foxes-bedouin-dress/mp3s/
http://stereogum.com/672322/fleet-foxes-grown-ocean-video/video/

clipe muito massa da tUne-yArds
http://stereogum.com/667941/tune-yards-bizness-video/video/

pra quem curte Beirut (eu acho muito mais ou menos)
ele fazendo cover de Caetano Veloso
http://stereogum.com/671971/beirut-o-leaozinho/mp3s/

sábado, 26 de março de 2011

Recentemente fiz (ainda estamos dando retoques) junto com Raul Souza uma HQ falando sobre a Odisséia. Isso me lembrou deste poema... de Fernando Pessoa.


ULISSES

O mytho é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mytho brilhante e mudo —-
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.


análise do poema "ulisses"

http://www.umfernandopessoa.com/an%C3%A1lises/poema-ulisses.htm

O poema "Ulisses" enquadra-se na primeira parte de Mensagem: Brasão. A primeira parte, por sua vez, está encimada pela elocução latina Bellum sine bello (guerra sem guerrear). Na primeira parte de Mensagem, Fernando Pessoa expressa a nobreza da intenção.

Ulisses (em Grego Odisseu), foi uma das figuras míticas que chegaram ao nosso tempo através dos dois grandes relatos de Homero: a Iliada e a Odisseia. A tradição posterior coloca Ulisses como fundador de Lisboa. A raiz etimológica da palavra Lisboa vem da palavra Ulissipo – ou cidade de Ulisses. Claro que Pessoa identifica aqui, como tanto lhe agravada, a raiz do mito que conhece depois a realidade, ou seja, um mito que apesar de ser nada é tudo. “O nada que é tudo” é uma expressão que acompanha Pessoa na sua vida, porque ele próprio a determinado ponto deseja ser um mitologista, um criador de mitos, porque via nisso uma alta missão.

A inclusão logo na primeira estrofe de uma referência cristã misturada com uma referência pagã não é inocente. Como cristão gnóstico, Pessoa considerava Deus mais como símbolo do que como objecto de fé, e um símbolo útil, um símbolo utilizável, se quisermos, para reformar a sociedade dos seus tempos. Para os gnósticos, Cristo é o logos, o intermediário racional entre o Deus e o homem, sobretudo símbolo e mensageiro. Por isso se compreende que Pessoa consiga misturar Ulisses com referência a um Deus cristão. Para ele, ambos são símbolo de algo maior, símbolos de um destino a cumprir, que se seguiu à fundação de Lisboa.

A ambiguidade da segunda estrofe, que fala de “este, que aqui aportou” (Ulisses), “foi por não ser existindo” (porque o mito existe não existindo), “não existindo nos bastou” (porque o mito basta enquanto mito para criar algo mais do ele próprio), “por não ter vindo foi vindo. E nos criou” (mesmo sabendo que ele poderá não ter existido, ele existe não existindo e isso basta para criar, para basear a fundação da cidade).

Isso confirma-se na última estrofe: “”assim a lenda se escorre a entrar na realidade”. Ou seja, o mito, a lenda, fecunda a realidade, gerando nela movimento e emoção que de outro modo não existiria. O mito surge como criador, de uma realidade que sem ele seria iminentemente estéril e infecunda: “em baixo, a vida, metade de nada, morre”.

O mito é assim a base de toda a nobreza, porque iniciador. Antes de Viriato, antes de Afonso Henriques, antes de todos os homens reais, há o homem-mito, a raiz da qual flui a energia do futuro, e da qual nasce o alimento para uma vida que sem ela seria pobre e sem fruto”.

Bibliografia: António Quadros, "Fernando Pessoa, vida, personalidade e génio"; Agostinho da Silva, "Um Fernando Pessoa".


Lula Cortes

Notícia sempre chocante quando uma pessoa muito iluminada morre...
Queria ter conversado pessoalmente com Lula Cortes... ouvido suas histórias,
desfrutado dessa atitude rock zen...

LULA + CANIVETES


LULA

sábado, 19 de março de 2011

Conheça agora ! WHITE FENCE

Uma das minhas novas bandas preferidas: WHITE FENCE!
Importantíssimo, parem tudo e ouçam.

A música deles é muito simples.
Ouçam.
O cara, Tim Presley, tem outra banda que ainda vou ouvir, Strange Boys,
e faz uns desenhos do caralho.
Baixem o disco deles aqui. Tem um mais recente, que eu não achei pra baixar ainda.
(tentem o Soulseek)
http://rachtyock.blogspot.com/2010/03/white-fence-white-fence-2010_09.html

Tem o blog
http://whitefenceartcollective.blogspot.com/
e o myspace
http://www.myspace.com/whitefenceband







Do disco White Fence (2010)
http://www.youtube.com/watch?v=KQ8OGOjpf8k
10 10


Do disco Is Growing Faith (2011)
http://www.youtube.com/watch?v=B_Bf1zz9ydo
11 11

domingo, 6 de março de 2011

Campina Grande - Encontro da Nova Consciencia - atualizado diariamente.

chegar na rodoviária de Recife a tempo. Ligar pra _______. Ver cidadezinhas e casinhas bonitas no caminho. Pensar sobre gravações musicais. Desenhar. Ônibus pifa quando está quase chegando em Campina Grande. Descer na estrada e pegar outro ônibus. Motorista piadista. Chegar a rodoviaria e ser bem recebido pela tia e o paizinho dela. Relembrar uma cidade. Relembrar uma casa onde fui durante a infância muitas vezes. Comer um bom jantar. Ficar de conversa. Ficar com desarranjo. Tomar buscopan, melhorar. Ficar com insonia, um toque de desespero, nao dormir direito, mas acordar muito cedo e ir pro ENCONTRO. Mas saber que é só de noite. Ficar a manhá toda passeando. No sebo, comprar um livro de arte lindo para a mãe. Tentar voltar e pegar, aparentemente o onibus errado, continuar no onibus dando passeios e mais passeios, voltar, pegar integração, passar por outras partes da cidade. Passear mais pelo centro. Olhar com atenção as ruas, as lojas, as mulheres, tomar sorvete. Tem muito mais luz, mais céu e mais mendigos coxos do que em Recife. Ir na Lan House. Compra sandália legalzinha e barata. Ligar pra mãe. A tia liga. Diz que vai pegar. Volta, toma banho, e vai pro ENCONTRO. Encontra Karuna, que vende roupas indianas e ajuda ela montar estantes e botar roupas no cabide. Olhar os livros. Assistir palestra interessantissima e emocionante sobre pastor presbiteriano revolucionário. Ainda que falasse a lingua dos homens e falasse a lingua dos anjos, sem amor eu nada seria. Nehemias Marein. Voltar. Bater papos de facebook, papos de gmail, vitais, mensagens de um solzinho. Dormir muito bem. Acordar tarde para as palestras da manhã. Brincar de tocar piano com a filha da faxineira. Tomar banho de piscina. Ir para o ENCONTRO. Lobao e Alex Antunes, entre outros, aprender sobre os bastidores da musica, e da midia. Rabiscar desenhos na minha calça jeans. Bater papo com o maior tocador de cítara do Brasil, Alberto Marsicano. Conhecer desenhista paraibano. Comer. Beber. Saber sobre os ex=comungados das Testemunhas de Jeová, conversar com uma mulher mais velha. Sentar na roda de musica hare krshna. Receber "energia divina". Comprar revista da Rosa Cruz e uma pulseira dos indios Potiguara. Ver show de música indiana. Voltar cedo.

Conversar com brother do projeto que reutiliza sacos plásticos de leite como suporte para mudas de planta. Ver show de Alberto Marsicano na cítara + tocador de pandeiro. Fazer mapa astral. Palestra sobre populações ribeirinhas do Amazonas. Ter idéias para o projeto do meu disco. Um menino de dez anos com voz soprosa, gutural, se senta ao meu lado e começa a perguntas coisas como "Aquele cara tem mulher? Cadê o pai teu?". Palestras sobre tarô e astrologia. Palestra sobre o fim dos tempos segundo o Alcorão. Chorar copiosamente durante a palestra sobre violência doméstica. Etc, não me lembro muito bem.