sábado, 29 de janeiro de 2011

Premio Barba Negra é prorrogado... até 15 de fevereiro!

Atenção... jovens q fazem quadrinhos, oportunidade de publicar & receber grana! Eu mesmo andei meio ausente da vida social e das festas na Ilha de Caras porque estava fazendo um projeto pra esse prêmio!

"Devido à grande quantidade de pedidos, xingamentos e impropérios enviados por e-mail, twitter e facebook, a Editora Barba Negra e o Rio Comicon declaram prorrogada a data de entrega do material para o dia 15 de fevereiro de 2011. Se você estava achando o prazo apertado pode voltar para a prancheta, os 20 mil ainda podem ser seus.
"

Regulamento aqui
http://www.editorabarbanegra.com.br/newspost/mapa-do-tesouro/

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eddie Grant

Um cara que vale escutar : Eddie Grant. Quem nasceu nos anos 80 e nunca escutou "I Don´t Wanna Dance" no rádio? Apois vale a pena lembrar e isso é só o começo... baixaí alguma coletânea dele pra ver o que é bom.


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Existem coisas bem fascinantes na biografia dele.

Primeiro, ele nasceu na Guiana! Pensa aí: quantos popstars guianenses você conhece?

Outra, eu descobri que o hit do Gorillaz, "Stylo" (que aliás foi uma das minhas songs preferidas de 2010) surrupiou elementos de "Time Warp", uma música dele. Saca aí o vídeo que compara as duas músicas. 2010 x 1982. O cara meteu processo e tudo, mas pensando bem, a música é tão básica... total, provavelmente Damon Albarn ouviu sim, mas construiu algo a partir daquela base simples. Acho que seria mais elegante o Gorillaz ter sampleado e creditado o sample.

Fora isso, olhar a trajetória dele é muito interessante. Ele fazia parte do THE EQUALS, grupo muito responsa dos anos 60, com sucessos como "Baby Come Back" e "Police On My Back" (regravada pelo The Clash). Era um grupo racialmente misturado, pioneirismo a gente vê por aqui. E ele sempre comentava temas politico-sociais nas letras ao mesmo tempo em que botava a tchurma pra dançar. Gosto pra caralho, a voz do cara é massa, as composições são legais. Mestre!

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Esse arranjo de "Baby Come Back" é sensacional....
Viva Eddie Grant!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Harvey Pekar : trabalhador dos quadrinhos

O grande Harvey Pekar morreu ano passado, uma pena, já que era uma das figuras mais interessantes do panorama das HQs.... Recentemente comprei o BOB & HARV, suas parcerias com Robert Crumb, pela editora Conrad, e baixei várias edições do American Splendor via torrent ou pelo sebo underground (claro, nem vou ler tudo isso agora, porque tenho preguiça de ler no computador - faz mal...) E assisti finalmente o FILME, American Splendor - Anti-herói Americano, que é muito muito bom. O que foi publicado de Harvey no Brasil? BOB & HARV, e como Laerte diz na introdução, saíram algumas HQs na Piratas do Tietê (mesmo sem autorização).... Recentemente, foi publicado OS BEATS, projeto coletivo sobre os escritores Beat, pela editora Benvirá.

A DC/ Vertigo havia publicado uma série nova com ele, uma oportunidade muito legal de vê-lo fazer parcerias com nomes bem diferentes: Gilbert Hernandez, Eddie Campbell, Ty Templeton, Josh Neufeld, Richard Corben, Hunt Emerson, Rick Geary, Darwyn Cooke... Seria legal ver esse material no Brasil, mas as editoras continuam reverenciando umas séries bestas da Vertigo que não fazem mais que reproduzir o status quo das séries de TV e dos filmes de Hollywood.

Chama atenção em Harvey Pekar: Ele tinha uma perspectiva única. Era uma perspectiva da classe trabalhadora, mais próxima do homem comum. Uma pessoa bastante cabeça, que colecionava discos de jazz, mas não era um "artista" (embora a gente saiba que o artista também é um operário).


Essa HQ "Working Man´s Nightmare" mostra isso de maneira brilhante, como a vida dele só fazia sentido através do trabalho. Em um certo momento do sonho, esquece QUAL é seu trabalho, e isso faz crescer o desespero dentro dele.... Ilustrado de maneira inesquecível por Gerry Shamray.

E quem era Harvey Pekar? Era um gênio? Acho que sim, mas de uma maneira pouco óbvia. Ele não tinha grandes recursos de criatividade. Ele basicamente documentava coisas que aconteciam na vida dele, tinha um ouvido atento e memória pra lembrar de diálogos impagáveis. Ele não sabia desenhar. Teve a sorte de conhecer Robert Crumb, e o impulso de lançar seu próprio gibi, de maneira independente. O livro sobre a geração Beat mostra que a narrativa dele era muito simples, podendo se converter em algo até maçante e óbvio demais quando não era bem ilustrada, mas em geral interessava pelo assunto....

O que ele registrava nas suas revistas era muito diferente das coisas que se fazia, pela despretensão, por ser autobiográfico numa era em que isso ainda não era comum. Mas mesmo com as toneladas de quadrinhos autobiográficos que são despejadas no mercado agora, não existe NADA IGUAL a American Splendor. Existe algo de muito contemplativo, algo dessa simplicidade e do registro de um mundo suburbano, desimportante, que parece estar em extinção... Algo que está livre das "sacadas espertas" de narrativa que às vezes tiram a credibilidade da narrativa.

Tem uma HQ muito engraçada, que mostra Harvey comendo e as pessoas chegando e criticando o que ele comia... ele só comia junk food. A reação natural é ler isso e conectar aos problemas dele com câncer. È da revista SNARF 06, de 1976, não sei se foi coletada nas antologias da American Splendor. Desenhos de L. B. Armstrong. Clique pra ampliar...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Melecão

Só pra dizer uma coisa: Curtis Armstrong, o Melecão da série A vingança dos Nerds, é um dos atores mais carismáticos de todos os tempos, injustiçado e mal aproveitado por Hollywood.

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

retrospectiva musical 2010 nacional: melhores discos

Esse ano foi um ano interessantíssimo pra música brasileira. Esses discos que eu elegi são em geral, de pessoas com que eu tenho/ tive contato ou são amigos e parceiros. Mas, gente, eu sou do tipo que dizia pro irmão "Essa tua música é uma merda". Então vamos aos finalmentes:
os discos mais legais, os melhores brasileiros de dozmiledez foram, retrospectivamente:

// Tulipa Ruiz _ Efêmera //
// Karina Buhr _ Eu menti pra você //
// Jeneci _ Feito pra acabar //
// D Mingus _ Filmes e quadrinhos //
// DO AMOR //
// Jr. Black _ RGB //

Existem outros correndo por fora, que eu ainda estou escutando e parecem legais, ou que não deu pra discernir bem a sua importância, como o do Jair Naves, Juliana R., Bodes e Elefantes, Cláudio N, etc. (( Como eu disse num post anterior, esse ano eu ouvi menos música, pois fiquei ocupado mixando minhas músgas e etc. )) .

Acho que todos esses discos mostram uma renovação já há muito necessária no pop brasileiro. São em sua maioria estréias e me inspiram um sentimento do tipo “Pô, isso devia ter aparecido antes pros anos 2000 no Brasil ficarem mais legais”. Mas tão sinalizando positivamente que há muito o que esperar dos anos 2010. Estes discos trazem em geral uma liberdade grande de se misturar as coisas, de forma leve e despreocupada, e trazem boas COMPOSIÇÕES, marcando, se Jah quiser, o fim das bandas de instrumental lombrado ou composições meia-boca que assolavam o pop nacional (groove pelo groove = parnasianismo). Bem vinda, nova geração.

De modo geral, acho que a trinca Tulipa + Jeneci + Karina Buhr representa uma grande vitória da canção. Representam, cada um no seu estilo, uma extraordinária clareza, um poder de ser pop e comunicar alguma coisa, um conteúdo interessante, que mesmo quando é simples, nunca é simplório. Há anos eu não escutava discos tão bem resolvidos quanto esses três, no cenário nacional. Alguém se expressando tão bem em língua portuguesa, na plataforma palavra + musica. Tô exagerando? Olha que não.

TULIPA RUIZ : Sou fã de Tulipa desde sua fase "demo", somos amigos apesar das limitações geográficas.... Conhecia várias músicas dela, que no disco elas estão bem transformadas, com arranjos mais complexos. Presente em várias listas de melhores por aí, o que me deixa incrivelmente feliz. Já escrevi sobre o disco dela na revista O Grito!, algo tipo: "sua música parece tornar desnecessária a linha que separa a MPB do pop. Essa é uma qualidade que todo mundo persegue, desde a Tropicália dos anos 1960 (que é referência forte aqui), mas que poucas vezes é efetivada com naturalidade". O disco tem uma qualidade mais homogênea do que o do Jeneci, um pouco menos provocativa que o da Karina Buhr, é realmente o mais bem acabado de 2010.
Destaques >> "Pontual", "Sushi", "às vezes", "Efêmera".
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JENECI : Ouvi gente criticando o disco do Marcelo Jeneci por ele ser o que é: extremamente doce, positivo e quase monotemático, amoroso. Mas ele faz isso de uma maneira criativa, irresistível, muito competente. O talento dele em compor melodias assobiáveis é fascinante. Existem momentos, sim, em que soa besta pra mim e eu até desejaria que ele tivesse momentos mais experimentais. O que a gente tem que considerar é que uma opção estética do Jeneci, inclusive sente-se uma nítida influência de Roberto Carlos, até porque ele recrutou o arranjador dos discos do rei nos anos 70 (vou procurar o nome do cara depois, são 4 da manhã, gente! ps: Verocai!). Acho corajosa e generosa essa opção dele e essa coisa de fazer-se popular, sem se pautar por cabecismos e ser a coisa real, sem ironia. Sem falar na Laura Lavieri, a voz mais linda da música brasileira (empatada com Aninha Martins, do Sabiá Sensível, minha banda - YES, este post é bem pessoal, é o meu blog, CARAJOS!).

Destaques >> "Jardim do Èden", "Pense Duas Vezes", "Por que Nós", "Feito pra acabar".
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KARINA BUHR : O disco de Karina não me conquistou logo de cara. Tinha visto a performance dela num show, fiquei totalmente surpreso com a presença de palco, a renovação estilística (conhecia o trabalho dela com o Cumadre Florzinha, regional mode on), a banda era incrível. Escutei o disco, não bateu. Mas outro dia, há duas semanas atrás, em outro contexto, em outra casa, escutei o álbum todo prestando muito mais atenção. Com a oportunidade até de conferir o encarte. E sobressaiu o talento de letrista: Karina conseguiu mexer em vários temas aparentemente árduos de maneira criativa e elegante, utilizando estilos distintos pra cada canção. É curioso que o hit "Eu menti pra você", faixa 1, começa numa vibe parecida com a música "Efêmera", faixa 1 da Tulipa... existe muita parecença estilística entre esses discos made in SP (embora Karina tenha nascido na Bahia e seja pernambucana por excelência, tendo inclusive participado da Eddie). Mas existe em Karina uma coisa mais provocativa, mais agressiva no verso "Eu sou uma pessoa má, eu menti pra você..." e no teor crítica social, quase inexistente nos discos de Tulipa e Jeneci. Karina é muito mais concreta. Os três falam sobre a brevidade da vida: Tulipa na canção "Efêmera", Jeneci em "Dar-te-ei" e "Feito pra acabar", mas Karina liga isso ao suor, que "vira sofá, cadeira, mesa de centro, ou não vira nadam, vale nada, vira vento, a todo momento alguém vira pó", ligando essa brevidade, esse suor, esse desgaste, ao trabalho, ao valor do trabalho no capitalismo... Ironiza a lei do incentivo em outra faixa. A canção "Nassira e Najaf" foi uma das que estranhei a princípio, achando inicialmente que o problema era o sotaque. Mas não, o defeito dessa canção é a dicção e a velocidade com que as palavras são pronunciadas. (Um parentese, o estilo de cantar no disco como um todo é um tanto preguiçoso, o que causa um certo estranhamento). Voltando, Nassira e Najaf é a melhor canção política brasileira desde "Super Homem Plus" do Mundo Livre S/A, lançada em 2000, com a qual tem inegável semelhança temática, embora seja completamente diferente. Nossa, o texto sobre ela ficou o maior, mas acho que é bem isso: o disco dela faz pensar. MUITO. Destques >> Nassira e Najaf, Mira Ira, Vira Pó

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DO AMOR : O show da DO AMOR no Coquetel Molotov foi muito legal. Tem aquele baixista que o pessoal diz que parece acomigo (e como eu, gosta de fazer ridículos falsetes). Não acho que o disco seja todo bom, mas só por faixas como "Vem me dar", "Dar uma banda" e a versão de "Lindo lago do amor" já tá valendo demais. E tem uma coisa muito importante que é a despretensão dessa galera, o jeito como eles usam referências muito livres, axé music, carimbó. Acho que eles são músicos bons e tipo poderiam fazer aquelas coisas bem pretensiosas, mas tão aí na humildade, fazendo a galera se divertir. Muito legal mesmo.

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D MINGUS : É difícil pra mim falar desse disco, porque tenho muito contato com Domingos, que é um parceiro constante. A criatividade dele voa alto, ele consegue fazer coisas absurdamente boas praticamente sozinho, arranjos criados num quarto, misturando bateria do Addictive Drums (é assim o nome do programa?), com sua guitarra semiacústica, seus vocais, as participações especiais aqui e ali (inclusive de Matheus Mota, que também fez a bela capa) .... Então, simplesmente ouça. Dê uma chance. No nicho alternativo/ experimental, não sei se teve algum melhor.
D M D M


JR. BLACK : RGB é um disco incrivelmente popsambalanço, com marca autoral forte, que comunica menos pelas letras, mais pelo ritmo, pela postura tiração de onda com amor, aquele clima de feeling good music, totalmente maroto. E o cara é incrivelmente gente boa. Vai que é tua meu irmão!
JR JR


Não posso entretanto de deixar de recomendar seriamente (incorrendo no pecado da auto-promoção) o trabalho do blog Outros Críticos, que realiza anualmente uma coletânea chamada Bootleg, da qual sempre participam vários músicos importantes da atual cena brasileira. A coletânea Bootleg´10 tem gente da pesada como Jair Naves, Stela Campos (versão sensacional de John Lennon!), D Mingus, Laura Wrona, Matheus Mota, Grilowsky, Zé Manoel, Ana Gandhra, Zeca Viana e este German Ra que vos bloga. Me emocionou bastante a música do César Lacerda. Vale a pena olhar a lista deles de melhores do ano também...

E 2010 marcou meu primeiro lançamento oficial, do Ep Chuck Norris On The Heaven´s Door. E o clipe, em parceria com Victor Zalma. Mais música em 2011, aguardem... Sabiá, German Ra, Itamaracá. Tô com várias coisas aqui, só aguardando uma guaribada e o momento de serem lançadas.

Se estiver esquecendo alguma coisa, amore escusame.

Grande hits de 2010

// DJ CREMOSO // Ela sai de saia, de bicicletinha // brega do noiado // Vou não, posso não, minha mulher não deixa não. // Posição da rã

Hypes desnecessários de 2010:
Emicida // A banda de Joseph Tourton