quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Bem vindo ao mundo, Oliver Kochalka!

James Kochalka é um dos mais importantes artistas de quadrinhos em atividade! Ele tem um desenho mui simples, trabalho muito criativo com as cores... A tira American Elf é o registro das coisas mais corriqueiras ou extraordinárias que acontecem na vida de sua família. A cada dia, ele tira a tira do dia anterior para botar a tira do dia seguinte. Resumindo, é um trabalho originalíssimo, por mais que seja antigo o gênero autobiográfico, nos quadrinhos geralmente pressupõe relatos de conteúdo "pesado" e lamentoso. Kochalka, ao contrário, faz disso uma arte muito delicada e engraçada, leve, nesse formato quadradinho. Dá pra você se enternecer, gargalhar, a cada novo desdobramento da vida deles. Aí está a imagem do dia 23 de novembro de 2007, quando nasceu mais um filho dele e Amy, pra ser o irmãozinho do Eli.


É algo que não pode passar desapercebido... são momentos como esse que fazem de Kochalka e seu American Elf um clássico! É um tira que é como a vida, alternando acontecimentos importantes com dias em que quase nada acontece (e aí ele se vira como pode para não deixar seus leitores na mão). Eu lembro especialmente de um dia em que ele se queixou de que era muito doloroso fazer a tira - acho que isso foi pouco tempo depois de sua esposa ter perdido um bebê durante a gravidez. Tudo está lá, documentado. Mas o clima é geralmente contemplativo ou divertido, não melancólico. Essa atitude otimista de Kochalka, a sua produção prolífica e seu toque pueril chamam atenção, no meio de cartunistas muitas vezes exageradamente sérios...

O trabalho de Kochalka ainda não foi publicado no Brasil, com exceção de uma HQ na antologia Bizarro Comics : Mundo Bizarro, DC Comics/ Ed. Opera Graphica. (É uma engraçadíssima aventura da Legião dos Super-Heróis)

Welcome, Oliver, thank you, James.....

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

festival jazz + patio do rock

Quem mora aqui tem opções musicais no fimde. Festival de jazz e de rock: Recife Jazz Festival ou Pátio do Rock ? Eu até enviei umas músicas do Sabiá Sensível pra concorrer nesse Pátio do Rock. Mas claro que nossas gravações estão muito toscas. Galera, não conheço quase nenhuma das atrações que vão rolar. Mas olhem a programação toda dos eventos no Recife Rock! Tem até como ouvir as bandas no caso do Pátio...
Sei que hoje no Pátio de São Pedro tem duas bandas muito competentes que são a RIVER RAID e a VAMOZ.
Já no domingão tem a ótima banda paraibana Chico Correa & Electronic Band na Torre Malakoff às 15h. Divirtam-se!

toma conta dos meus garotos?

Eu ouvi tempos atrás uma ótima do Ariel Pink, "The Bottom". Fucking great, era mais séria do que qualquer dessas músicas que estou agora descobrindo no Youtube. Estes clipes e músicas são incrivelmente breguinhas, genialmente bestas! De noite na cama, antes de dormir, esse clipe de "Are you going to look after my boys?" ficou tocando na minha cabeça, me deu vontade de levantar e assistir de novo. Ele consegue realmente falar todas essas palavras no refrão? Impregnou geral na mente. A música é estranha e bem feita, de uma maneira trash e pop até o talo, mas acho impecável esse refrão. Parece até coisa dos anos 70. Ainda vou baixar os discos desse cara....

Saca só


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E o clipe de "Politely Declined" também é muito legal!
A maneira como ele marca o ritmo com aquelas luzinhas....
A historinha acontece toda no parque de diversões... quanta singeleza!
CLICKAÍ PRA VER no Youtube!

Tem esse site, esse outro e mais aquele. Ariel Pink.

[]'s

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Novo blog na vizinhança: we are disabled

O interessantíssimo blog "Polaroid Rainbow" está encerrando as atividades, dando lugar a um novo projeto, o "We are disabled". Vai lá conferir! No exato momento, estou baixando os disquinhos do Will Oldham... ou Bonnie Prince Billy ou seja lá como ele resolve se chamar! Ainda não conheço direito o sujeito não. E que tal uma excelente música do Bodies of Water num registro intimista de vídeo? Essas e outras novidades via We are disabled, doravante.

pra enfeitar um pouco mais o post, me lembrei de incluir o link da Drag City, que costuma lançar o material desse cara. http://www.dragcity.com Sempre tem uns mp3zinhos pra se baixar e excutar, de bandas interessante como Six Organs of Admittance, vai lá e pega!

E falar de Drag City necessariamente nos leva a SMOG. Pô, certas coisas que a gente vê no Youtube deixam a gente com aquele despeito. É o caso desse clipe de "Morality", pusta música que desperta o Spike Jonze que hiberna dentro de mim. Uma câmera na mão, algumas idéias na cabeça, eu faria bem melhor. A idéia do cara até que foi legal, mas poderia dar uma burilada.

Comemorando 40 anos de QUARTETO NOVO! Entrevista com Heraldo do Monte

A revista Continente Multicultural deste mês publicou uma matéria que eu fiz. É sobre o Quarteto Novo, banda que revolucionou a música brasileira ao lançar um disco 40 anos atrás. Formada pelos mestres Airto Moreira, Heraldo do Monte, Hermeto Pascoal e Theo de Barros, durou pouco tempo mas foi muito importante. Um divisor de águas para a música instrumental, incorporaram as sonoridades nordestinas em uma mistura que incluía também bossa nova e jazz. Pra baixar o disco, tentem esse link do Som Barato. (FOTO: Ensaio do Quarteto Novo, com Vandré de costas)


Infelizmente, a matéria não está funcionando no site da revista, mas quem quiser o texto é só entrar em contato comigo, OK?

A seguir, alguns trechos do bate-papo com o violeiro e guitarrista pernambucano
Heraldo do Monte (a data da entrevista é 2007, acho que final de setembro).
Muitas revelações sobre o Quarteto, incluindo partes não publicadas pela revista!

P _ No disco do Quarteto Novo, qual era a tecnologia? Dois canais?

H_ Só 2 canais! Tinha faixas que a gente mudava de instrumento. Tinha o piano que o Hermeto tocava, o técnico colocava um porção de feltro, uma coisa pra não fazer barulho durante a gravação, então ele parava de tocar piano, pegava a flauta e já tinha microfone no piano, depois ele colocava a flauta no feltro, no abafadorzinho. Eu trocava a guitarra pela viola, enquanto estava gravando. Não tinha playback na época, não tinha a possibilidade de você parar e dizer “depois eu boto essa viola”. Não. Você tinha que fazer o arranjo de maneira que tivesse um certo “buraco”, né, pra você trocar de instrumento. Então o Theo também trocava de violão pra baixo acústico em algumas músicas. Isso gravando.

P _ Como foram os ensaios para o disco?

H_ O disco foi lançado em 67 ... a gente já tinha ensaiado um ano. Eu sou ruim pra data, mas foi isso, a gente ensaiou um ano pra fazer o disco. Porque ensaiou um ano? Porque a gente não levava nada escrito, a gente não elaborava nada em casa, justamente pra ter a cara de todo mundo e não ter a cara de ninguém, a gente elaborava as coisas no ensaio. Era muito trabalhoso né, era que tal essa idéia, vamo desenvolver essa idéia, depois que você decora aquela idéia, aí alguém diz vamo partir pra essa, apaga tudo que foi feito.

P _ Todo mundo tocando junto?

H_ Não tinha playback, quem não tocasse não tocava mais, todo mundo ao vivo mesmo no estúdio. Só com aqueles separadores pra não haver vazamento do som do instrumento no microfone do outro. Todo mundo tocando, se errar vai do começo.

P _ Quanto tempo demoraram na gravação?

H_ Rapaz, sabe que eu não lembro? Não foi muito não...Se foi uma tarde, uma noite, se foi duas tardes... a gente tocava tudo nos shows, já tava tudo embaixo do dedo, tinha os improvisos, isso era gostoso no estúdio. Naquela época... é engraçado como você se condiciona. Na época em que você não tinha como fazer playback, você prestava atenção ao que você tava fazendo no estúdio. Ë uma coisa inconsciente, porque agora você pode querer prestar atenção, recuperar aquela atenção que você tinha quando não podia repetir mas você não consegue porque no fundo você sabe refazer. Ë uma coisa engraçada. A mesma coisa: você afinava muito bem o seu instrumento sem ter o afinador.Agora você afina, mas passa no afinador e vê que tem umas diferençazinhas. Coisa da tecnologia vai deixando a gente preguiçoso mas não de forma consciente, é lá nas profundezas da gente.

P _ Quem foi que produziu o disco do Quarteto ?

H_ A gente mesmo. Já tava tudo arranjado né. Tem um negócio engraçado, o Vandré quis participar na marra de uma das faixas. O disco foi gravado no Rio. A gente morava em SP na época, o Vandré, etc. A EMI pediu que a gente fosse gravar no Rio, pelo estúdio, num sei q. O Vandré queria de todo jeito participar do disco, um disco instrumental. E ninguém aceitou, mas o Hermeto falou “Olhe, na minha música, 'O Ovo', você pode fazer RARRAI!” aí pronto, foi a única participação dele no disco.

P _ Teve mais alguma coisa diferente na produção, algum cuidado especial pra captar um timbre, sei lá?

H_ Era tudo muito natural. A única coisa especial foi pedir pro Vandré fazer “Rarrai”, mas não teve nada de trabalhoso. Nada disso não, foi um pouco dá dois e manda ver. Do jeito que tá, tá. É a tal história, quando você não tem recursos parece que dá tudo certo, né? Quando você tem, dá tudo errado.

P _ Vocês faziam shows mesmo como Quarteto Novo separados de Vandré?

H_ Fazíamos. O Trio Novo, antes do Hermeto, era uma coisa mais encomendada, o Vandré cantava umas coisas meio sertanejo, no sentido do sudeste, e a gente acompanhava, uma coisa mais profissional. E aí a gente aproveitou esse tempo pra criar a coisa mais artística que a gente queria fazer, que era o Quarteto Novo.

P _ Vocês aproveitaram canções de Geraldo Vandré. “Fica mal com Deus”... havia outra dele?

H_ Só olhando no disco. Houve uma certa divisão amigável das composições. Acho que era “O Ovo” que é só do Hermeto e ficou sendo dele. Sei lá, foi um negócio meio... o fato de você estar lá como co-compositor da música não significa que você realmente é. Foi um negócio feito após, tipo “Quer essa? Quer entrar nessa?”


P _ A banda foi formada intencionalmente pra acompanhar Geraldo Vandré ou isso veio depois?

H_ Ela foi resultado profissional de uma turnê que a gente fez pra Rhodia na qual o Geraldo Vandré era o cantor e compositor, era uma turn6e de moda, de desfiles, a gente correu o Brasil, uma produção de Livio Ragan que queria o Vandré e uma coisa bem regionalista brasileira. Pediu ao Vandré pra pegar as pessoas, chamou o Airto, o Hermeto não começou, não fez essa viagem. Aí depois que nós nos reunimos, a gente começou a ter umas idéias extra-Vandré, de criar uma linguagem de improvisação brasileira, que não existia na época, novos timbres, tipo violonista de viola com flauta que hoje em dia é super usado, mas que era um premiere, uma novidade na música brasileira. E outras coisas também, o tipo de percussão também era novidade, caveira de burro esse tipo de coisa, a gente aproveitou a coisa profissional pra ir elaborando o caminho que a ia tomar.


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Happy Undertaker, Joann Sfar, Fellini, Betty Boop

quer ver umas coisas bem legais?
http://happyundertaker.blogspot.com/
este é o site oficial do cara: http://www.drazenkozjan.com/
aqui tem coisas soltas, ilustrações e fotos também de sua autoria:
http://hypnotikeye.blogspot.com/

O mais genial sem dúvida são as HQs do Happy Undertaker. O croata Drazen Kozjan nos envolve numa idéia básica com variações a cada estória...
um cara que lombra em levar as pessoas para a cova. Clica em "Older posts" pra ver mais episódios...

O traço e o colorido são estilo retrô, muito adequados ao clima que ele quer alcançar, lembrando antigos desenhos animados e cartuns. Muita criatividade na diagramação e narrativa, delicadeza nas cores...




Aliás, isso lembrou um livro infantil em forma de quadrinhos, "O Pequeno Vampiro vai à escola", do prolífico Joann Sfar, uma grande pedida pra crianças e adultos. Um menino nota que alguém anda mexendo no seus cadernos e descobre que um pequeno vampiro frequenta sua escola à noite! Muito bom mesmo.... eu li na livraria, é curtinho. Cuidado pra não confundir, existe uma série de livros com o "pequeno vampiro" no título, mas são de outro autor.

P.S.: Mudei a descrição deste blog. Em primeiro lugar, eu pensava que alguém ia se interesser em escrever regularmente junto comigo, por isso botei o termo "colaborativo", agora vai ser "aberto a colaborações" e em segundo lugar não se trata mais exclusivamente de música.



Pra COMPLETAR o clima de assombração, segura esse vídeo. É um antigo desenho de Betty Boop ilustrando a música Zum Zum Zazoeira, do Fellini. Uma junção feita pelo nosso prezado Fernando Peres, casou direitinho, não foi? A música é genial... lembro o show deles no Rec-Beat há uns 5 anos atrás, acho. http://www.youtube.com/watch?v=UXTogOdyFG4

sábado, 10 de novembro de 2007

zoltan: Simone e Milton Nascimento, Koncz Zsuzsa!

Estou triste por Zoltan Venekey. Ele ia ser Deus, mas resolveu morrer antes. Porque não esperou até a gente filmar a cena? Acho que não tava dando pra aguentar, mas pelo menos a gente ia ter um registro em vídeo, uma atuação dele. Eu ia dirigir um clipe em que ele ia ser Deus, e ia lutar contra Fernando Peres (no papel do Biscaiteiro do Amor). Ele tava deixando a barba crescer para isso. Ia ser o combate do século! Era um homem comum se rebelando contra um Deus vingativo e autoritário... a música é do Yanna Lee. Agora a filmagem teve que dar uma morgada. Se conseguir fazer o filme, será minha homenagem a Zoltan.


Eu estava tentando achar algo de música húngara pra oferecer a vocês, algo da terra natal de Zoltan. Me lembrei de uma cantora da Hungria que nem sei o pronunciar o nome, que ele conhecia também e gostava.... Koncz Zsuzsa, tem um link dela no Last.fm, mas eu não sei se dá pra ouvir, eu sou meio inexperiente com esse site. E parece que não tem as músicas que eu conheço. A gente ficava de trocar uns discos emprestados pra que eu aprendesse mais sobre música húngara, mas isso nunca aconteceu.







Mas lembrei também dum disco brasileiro que ele disse que era bom, e por isso eu comprei. Ele conhecia muito a música brasileira. Era o "Cigarra", de Simone em começo de carreira. Não botava a menor fé, mas o disco é legal, pô! Tem pelo menos duas músicas que eu gosto muito, "Cigarra" (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos). E "Petúnia Resedá", de Gonzaguinha. Muito boas. Celebrações da vida....



PETÚNIA RESEDÁ
(Gozaga Junior)

Alô...Amigo velho, novo como vai, mas que prazer
Alô...Eu trago novidades das pessoas prá você
Por lá se canta ainda com a mesma emoção
Por lá se dança ainda ao som de um grande coração
A gente vai levando quer se queira, goste ou não
Pé na estrada, facão

Alô...Petunia Resedá já estou chegando em casa
Alô...Uma saudade imensa me queima, me arrasa
Eu gostaria que voce tivesse sempre em mente
Que é justamente nosso amor que me leva em frente
Por isso a cada dia um lugar bem diferente
Preciso conhecer e abraçar mais gente


É importante dar notícias
boca a boca, mão na mão
Por isso vou cantando pela estrada
aquela simples canção

Muito que andar por aí
Muito que viver por aí
Muito que aprender
Muito que aprontar
Por aí...



E aqui a performance de Milton e Simone cantando "Cigarra". Na maior felicidade, com carinho ...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

REICH 50 anos

interessante pra quem tá no Recife e
viaja nas ondas da bioenergética.
Wilhelm Reich continua relevante e
o Gaiarsa é um cara que sabe das coisas.
foi legal e inusitado ver o cara no programa do Samir Abou Hana (eh o auto-intitulado "secretário da cidade"!). Agora neste momento de liseu, gostaria apenas que fosse mais barato o acesso...

check it out

Seminário - REICH, 50 anos depois

DATA: 10 de novembro de 2007

LOCAL: Escola Mater Christi – Av. 17 de Agosto, 1872 - Casa Forte – Recife


várias oficinas e palestras, destacando

"O QUE REICH NÃO QUIS VER" / "O SONHO DE REICH ESTÁ ACONTECENDO"

José Ângelo Gaiarsa (Convidado Especial)

mais info no site

domingo, 4 de novembro de 2007

entrevista _ QUINZEDENE _ parte 1


QUINZEDENE é uma das maiores revelações musicais de 2007. Pelo menos pra mim, já entrou no panteão de bandas muito legais que são injustamente ignoradas até dentro do circuito underground... como o Howling Hex (aliás, nem sei se há alguma relação de influência, mas os dois tem um certo desleixo agradável na produção).

Bom, é a primeira vez que faço uma entrevista em nome deste humilde blog! Um marco, sem dúvida! E estreando com essa banda que é sensacional, diretamente de São José dos Campos, SP, vamos à entrevista com BRENO BACCI - além de tocar guitarra e baixo, faz vocal e é o principal compositor. Um ótimo letrista, por sinal.

1) qual a formação atual do Quinzedene? É você sozinho que assina as músicas? Tem parcerias? onde você costuma gravar as músicas? Quem gravou com você?
Hmmm.. Essa pergunta é difícil... Eu vejo a Quinzedene como um grupo de amigos num projeto interminável... Todas as pessoas que colaboraram (e ainda colaboram) com as gravações e composições já foram parceiras de banda no passado, e atualmente não têm nenhum projeto sério. De todo o arquivo de músicas que tenho gravadas, a maioria foi composta por mim. Divido a autoria de "Cabô" com Phillipe Sousa e meu irmão Bruno Bacci; as cinco músicas com bateria (Helpless Melancholy, Fifteen Days, Bullshit Propaganda, Either e For Planes the Sky) foram compostas por mim e pelo André Dell'Áquila, e diversos outros amigos ajudaram na gravação de algumas faixas. Estas cinco músicas deram origem ao nome do projeto - inicialmente para identificar as gravações no computador, chamava-se "Quinze Dias de Maconha" ;) Com o tempo e a preguiça de digitar, passou-se a chamar simplesmente QUINZEDENE. Algumas músicas foram compostas antes destes "'quinze dias" que nos enfurnamos na casa do André para gravar. A grande maioria foi composta depois e gravada na minha casa, com a colaboração dele e de outros amigos. Todas as letras foram compostas exclusivamente por mim, exceto por "Cabô", que foi escrita em conjunto com o Phillipe. A gravação, que poderíamos chamar de "semi-artesanal", é normalmente feita com equipamentos "que dão pro gasto," em nossos computadores. Passei a dividir o processo de gravação/composição em quatro estágios.. O quarto e último será quando iremos a um estúdio profissional para gravar com o máximo de qualidade possível.










2) dá pra notar um estilo rock and roll clássico, cru, puxando pro folk/blues. de onde vem isso, quais são as tuas influências?
Eu cresci cantando Elvis Presley e as modas de viola mais roots da época. Passei por uns períodos negros no que se refere a gostos musicais, até redescobrir o rock and roll clássico com Beatles, The Doors e Led Zeppelin. Não demorou muito até que eu me apaixonasse por Bob Dylan, Wilson Pickett, Aretha, etc... Para evitar ficar me repetindo nos acertos dos outros, sempre tento misturar minhas influências com aquilo que gosto do que está na moda (White Stripes, Black Crowes, Joss Stone..), com aquilo que aprendi a gostar com meus amigos (Grunge e Punk); e com aquilo que todos nós gostamos, embora dificilmente vamos admitir (Samba, Soul, Funk, etc).



3) Você planeja dominar o mundo? ou é apenas um cara tímido que vai sempre ficar no anonimato?
Sim, eu sou tímido, mas não gosto da idéia de ficar para sempre no anonimato. Mas não gosto da idéia de fazer qualquer coisa para alcançar notoriedade. Por esta razão, venho tentando divulgar nosso trabalho pela internet. É difícil dizer o que eu não faria de modo algum pela fama, mas acho que pacto com diabo e gravar um álbum idiota pra tocar no Faustão seriam algumas delas. Quanto a dominar o mundo, acredito que minhas letras trazem mensagens que podem sim ser úteis para algumas pessoas. No entanto, sinto-me obrigado a ser coerente com o que escrevo. Eu falo de simplicidade, de honestidade e humildade. Minha vontade de ver milhões de pessoas cantando minhas músicas e ganhar rios de dinheiro não pode vir primeiro que esses valores.

4) Descreva um típico ensaio do Quinzedene. Como é, rola muita bagunça e drogas?
Hehehe... Já rolou muito mais... Hoje somos quase senhores!! Falando sério, não é um requisito básico; mas todos nós somos adeptos da filosofia psicodélica, em maior ou menor grau. Hoje em dia preferimos deixar os excessos para depois do ensaio, no entanto. Mas, geralmente, todo ensaio é confundido com festa.

5) Como encara essa questão de português versus inglês nas letras ? Existe algum motivo específico pra você fazer mais letras em inglês ? Você acha que o português vai ser extinto? Em quanto tempo?
Escrever em português é mais difícil. Não é que eu não o faça por preguiça, mas é muito mais fácil que você acabe parecendo um grande idiota - basta ouvir algumas bandas no PalcoMp3. Dois motivos básicos me levam a escrever mais em inglês: 1- tenho mais facilidade para expor idéias de maneira poética, criar melodias de vocal e adaptá-las ao instrumental quando escrevo em inglês; 2- infelizmente, nossa língua não chega nem perto de ser tão universal quanto o inglês... Não escrevo SÓ para os brasileiros e portugueses, mas tento fazer minha mensagem ser ouvida pelo maior número de pessoas... Muitos brasileiros podem entender o que canto, mas quantas pessoas no mundo conseguem entender quando canto em português?

Um outro motivo menor... Não entendo o porquê de tantos brasileiros defenderem nossa língua pátria tão firmemente da "invasão inglesa"... Pelo pouco que sei da história de nosso país, a gente deveria odiar nossa herança lusitana, e não amá-la... Minha opinião é que a xenofobia brasileira é um tanto quanto burra. Quantas músicas em tupi ou em línguas africanas sabemos cantar? De um lado defendemos nosso idioma dos estrangeirismos e o usamos como uma barreira contra nossos "hermanos" latino-americanos. Do outro lado, nos tornamos nos últimos anos a exata cópia do consumismo frenético anglo-saxão... Afinal de contas, queremos ou não nos tornar os Estados Unidos do século 21? Tomara que não, mas tenho uma impressão que o Brasil tem uma propensão a pegar tudo que é ruim da cada civilização. Este "ódio ao inglês" tipicamente francês é algo que considero uma grande bobagem, tanto aqui como lá. Não sou daqueles que considera a globalização como a uniformização das culturas - acredito que um maior intercâmbio é benéfico a todas as culturas, se nos prevenirmos das tolas tentativas de massificação do saber criativo.

Acredito que o português jamais vai morrer. Nem o latim morreu ainda, na minha opinião.

Até mais Germano, desculpa pelas respostas longas.. ;)

Essas foram as respostas de Breno... depois a gente conversa mais e publico aqui pra todo mundo ter acesso. BeLeZa?

sábado, 3 de novembro de 2007

JUAN BASTOS : Loop di Love

Loop di Love.
O que mais posso dizer! É inacreditável! Um certo Juan Bastos que teria feito sucesso com esse single (b-side: I Follow You) na Europa (Bélgica, Holanda, Alemanha, com certeza) em 1971. A informação disponível sobre ele é pouquíssima e parece que a carreira do cara não foi muito longe. A letra é muito, muito boa, conta uma estorinha que fica bizarra (SPOILER) quando se revela que a mulher pede dinheiro pelo sexo. É uma canção perfeita. Contagiante, parece infantil, mas é uma das melhores músicas que eu já ouvi sobre esse(s) tema(s) (tesão, flerte, paixão, etc.). As frases não tem nada de clichê, são um relato bem direto e poético ao mesmo tempo ("sua cintura estava balançando como um navio... o jeito como me olhou me deixou doente")


...


Esse clipe em preto e branco é muito legal. Idéias simples, meio inocentes. As meninas aparecem na varanda para fazer o coro... o cara era o bonitão das costeletas... o que terá acontecido a ele? Ele teria lançado um outro single, "Holy Glory Girl" pelo selo Pink Elephant. Curioso porque parece que sua base de operações era a Holanda, mas pelo nome ele devia ser espanhol?



Curiosamente, nesse programa de auditório ele troca um verso da música : o "come on and let us go to bed" (vamos ir pra cama) por um menos explícito "i love you girl you make me mad" (te amo, você me deixa louco).

ó a letra aí.

I saw you walking down the street (Love, di Loop, di Love)
Your hair was hanging down to knees (Love, di Loop, di Love)
Your waist was waving like a ship (Love, di Loop, di Love)
The way you looked make me sick (Love, di Loop, di Love)

I risk a glance, you gave a smile (Love, di Loop, di Love)
I couldn't breath, felt really high (Love, di Loop, di Love)
Some other man were standing 'round (Love, di Loop, di Love)
You looked at me, this made me proud (Love, di Loop, di Love)

I asked you: "Baby, what's the time?" (Love, di Loop, di Love)
You looked right deep into my eyes (Love, di Loop, di Love)
It made me brave and soon you smiled (Love, di Loop, di Love)
Said: "What you gonna do tonight?" (Love, di Loop, di Love)

"I'm in the mood of going out" (Love, di Loop, di Love)
You held my hand and then we went (Love, di Loop, di Love)
To different places 'till I said (Love, di Loop, di Love)
"Come on and let us go to bed" (Love, di Loop, di Love)

You made me singing "Loop di loo" (Love, di Loop, di Love)
You made me singing "Loop di love" (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)

We're singing "Loop di loop di love" (Love, di Loop, di Love)
We're doing "Loop di loop di love" (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)

I kiss your lips and close your eyes (Love, di Loop, di Love)
You held me tight and kiss you twice (Love, di Loop, di Love)
You started loving in a way (Love, di Loop, di Love)
'Till there was nothing to be said (Love, di Loop, di Love)

And then you whispered in my ear (Love, di Loop, di Love)
"It's time to pay the work, my dear (Love, di Loop, di Love)
I hope you are really satisfied
Anotherone's waitin' outside" (Love, di Loop, di Love)

You made me singing "Loop di loo" (Love, di Loop, di Love)
You made me singing "Loop di love" (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)

We're singing "Loop di loop di love" (Love, di Loop, di Love)
We're doing "Loop di loop di love" (Love, di Loop, di Love)
Love, di loop, di loop, di love (Love, di Loop, di Love)

P.S.: Conheci essa música através do sempre excelente blog CRUD CRUD. E informações foram encontradas nos comentários sobre o post. Curiosamente o CrudCrud aponta o disco como sendo de 1969, pela Bellaphon, mas será que é isso mesmo? E a música realmente só veio estourar em 1971?

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

SUPERMAN ... morrison/quitely/grant.


O sujeito é careca e chama-se Grant Morrison, o super roteirista. O Frank Quitely tem algum cabelo e é um super desenhista. ALL-STAR SUPERMAN está sendo publicada no Brasil pela Panini, sob o título GRANDES ASTROS SUPERMAN . É interessante e desvinculada de cronologias e continuidades - uma revista onde Morrison tinha carta branca pra fazer a sua versão do Super. Lê-se como se fosse mitologia (tem participação de Sansão e Atlas no número 3), ou como um filme bem ágil... é super-bem-feito enquanto HQ, o Quitely tá desenhando muito e nunca deixa o design das páginas nos entediar. Deve ser mencionado também o tal do Jamie Grant, que é responsável pela arte-final digital e pelas cores, e tá fazendo um trabalho incredible. Aqui tem um fórum muito legal onde está sendo discutida a participação desta 3a figura na revista: http://www.barbelith.com/topic/22644/from/630 .

aqui uma entrevista do Morrison
http://www.silverbulletcomicbooks.com/features/112602239631900.htm


p.s.:
Vivendo e aprendendo....
Morrison e Quitely conceberam juntos a arte
de um cd do Robbie Williams.
ESTE AÍ ao lado, Intensive Care.
yef4#@@#%899rrr+
é isso. depois eu volto a esse tema....
queria falar mais sobre Morrison e inclusive sobre
OS SETE SOLDADOS DA VITÓRIA.
aquele SUPER abraço