sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morreu também o cantor do Seeds

http://pitchfork.com/news/35731-rip-seeds-frontman-sky-saxon/

"Austin360.com reports that Sky Saxon, frontman for the L.A. garage-rock legends the Seeds, died this morning in an Austin, Texas hospital."
...

Semaninha funébre, como disse Cecília. Mas estamos todos aqui ainda.

Deixo vocês com estes clássicos dos anos 60, cortesia de Sky Saxon e dos Seeds.

I can´t seem to make you mine

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Pushin´too hard

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Michael Jackson makes me cry

"Queria ouvir um som, botaram Michael Jackson. Aí dancei por 24 horas, dancei até cansar e ir embora. Daria tudo pra saber qual é a cor das suas bolas."

Fiz estes versos algum tempo atrás, numa música que cita vários nomes da música pop.Talvez pareça ofensivo para alguns, mas é uma homenagem. Saber qual a cor das bolas do Michael significa, metaforicamente, desvendar a sua identidade, conhecer melhor, entender porque ele é tão genial.

(Me inspirei nesse desenho, que vi numa revista Casseta e Planeta, n.4, de 1993. Nem idéia do nome do autor.)

É muito estranho morrer uma pessoa assim, que teve uma influência tão grande na vida de todo mundo. Michael Jackson sempre estava lá, desde que eu me entendo por gente. Paradoxalmente, uma coisa que me marcou muito foi ver o quanto o pessoal ouvia Michael na minúscula vila onde meu pai nasceu, a Lapa (atual Macujê, município de Aliança). Isso ilustra a universalidade do alcance do som dele.

Por mais bizarras que possam parecer suas atitudes, e muitas vezes a imprensa exagerou isso (como criticá-lo por segurar o bebê na varanda do hotel - é claro que ele não iria deixar o bebê cair, estava bem seguro!), tenho convicção de que ele era uma alma boa e gentil, embora atormentadíssima e desamparada. Acho que por mais exótica que sua aparência fosse, tantas plásticas e tratamentos depois, ele era muito mais verdadeiro do que 90% dos popstars que tem por aí.

Mesmo que nos últimos anos ele parecesse mais um fantasma de si mesmo, foi chocante saber que ele não está mais conosco.
Porque era música, era videoclipe, era a personalidade, tudo nele chamava atenção, de um jeito ou de outro. Tô certo que pra muita gente que cresceu nos anos 80, como eu, MJ era uma entidade, uma força da natureza, um elemento, algo tão grande que é difícil acreditar que ele não está mais lá.

Germano.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Flashback anos 90 parte 2: É o Tchan x Cia do Pagode

Atenção para esta distinção importante. Nem tudo que se chama genericamente pagode dos anos 90 era igual. Havia várias vertentes: que eu me lembre agora, uns eram mais ligados ao samba-rock (Art Popular, Molejo), uns faziam pagode romântico (Exaltasamba, Raça Negra), e claro, havia também o pagode de bundinha, segura o tchan e por aí vai. Este pagode era visto por alguns como um descendente do samba de roda baiano, e tinha como objetivo exercitar a coordenação motora com danças mirabolantes (sem dúvida alguma), e supostamente estimular a safadeza das crianças de maneira geral (assunto controverso). Seus principais representantes o É o Tchan (antigo GeraSamba) e o Cia do Pagode.

A seguir eu compilei alguns trechos das principais letras dessas duas bandas literalmente seminais, pois muita criança foi gerada enquanto se ouvia esse tipo de som.

E fica a pergunta, qual delas é mais profunda?

É o Tchan

"Conheci uma menina que veio do sul
Pra dançar o tchan e a dança do tchu tchu
Deu em cima, deu em baixo,
na dança do tchaco
E na garrafinha deu uma raladinha
Agora o Gera Samba mostra pra vocês
A dança do bumbum que pegou de uma vez
Bota a mão no joelho
E da uma baixadinha
Vai mexendo gostoso,
Balancando a bundinha"

"A malhação faz bem ao coração
O corpo fica igual a um violão
Abdominal não será em vão
Agachamento, barra, supino e flexão"

"Ali Babá
Ali Babá
O califa tá de olho no decote dela
Tá de olho no biquinho
do peitinho dela
Tá de olho na marquinha da
calcinha dela
Tá de olho no balanço das cadeiras dela"

Cia. do Pagode

"Eu lhe disse que não bulisse
Voce buliu, assanhou
Essa menina
Quando se assanha
Ela faz sucesso
Ela dá um show
Ela me disse, ela me
disse que vai
Subir no palco pra fazer
strip-tease"

"É a dança do maxixe, é a dança do maxixe
É um homem no meio com duas mulheres fazendo sanduiche"

"Sim, ela gosta do rala, rala e no embalo do samba
Ela so pensa em ralar
Ela gosta do rala, rala viu a boca da garrafa
Nao aguentou e foi ralar. "


Outra questão:
Se essas bandas eram vistas como o cúmulo da degradação aqui em Pernambuco, porque Selma do Coco e sua "Pega, pega minha rola" eram tratadas como legítima cultura popular? Musicalmente e até na letra tem tudo a ver. A única diferença é que no caso dos baianos, teve todo um aparato de gravadoras formatando e dando espaço na mídia. As patrulhas culturais não conseguem ver além dos estereótipos e deixam de perceber as nuances desse tipo de questão. Safadeza sempre existiu na música. O que foi mudando com o tempo: o nível de explicitude do vocabulário, as palavras, os gestos. Forró de duplo sentido é uma expressão cultural legítima, então porque É O Tchan precisa ser execrado? Sei que também encheu o saco de tanto que tocou, virou uma febre que assustou principalmente os pais, pois num efeito colateral as crianças eram um alvo fácil para esse tipo de música.

clipe É o Tchan no Havaí
http://www.youtube.com/watch?v=yR1eghaDG3s

Selma do Coco - A Rolinha (na verdade, meninas dançando ao som de...)
http://www.youtube.com/watch?v=gBGkgMOCh44

Dá até pra rolar o mashup Selma x Cia :
"Eu lhe disse que não bulisse, você buliu assanhou, quando olhei pra gaiola eu vi, a minha rola que voou"

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vamos deixar de intimidade

Que música atualíssima! Ary Barroso a compôs em 1929....
Fico impressionado. Foi gravada com sucesso por Mário Reis.
Pena que eu não a encontrei no Youtube, mas posso mostrar a letra...


"
Em 1929, retornando ao Rio de uma temporada em Santos e Poços de Caldas, Ary Barroso deixou suas músicas na casa editora Carlos Wehrs, de onde duas - Vamos deixar de intimidade e Vou à Penha - foram levadas por Olegário Mariano e Luiz Peixoto para serem incluídas na revista Laranja da China, que era apresentada no Teatro Recreio. Vamos deixar de intimidade acabou sendo gravada por seu amigo e colega de faculdade Mário Reis, transformando-se no primeiro sucesso de Ary."



Vamos deixar de intimidade (samba, 1929) - Ary Barroso

Mulher
Vamos deixar de intimidade
Entre nós mais nada existe
Nem o amor nem a saudade
Mulher
Vamos deixar de intimidade
Entre nós mais nada existe
Nem o amor nem a saudade

Tu juraste certo dia
Aos meus pés cinicamente
Que o amor não morreria
Ele foi, zombou da gente
Mas veio outro
Me puseste na rua
Eu também não me incomodo
Minha vida continua

Mulher
Vamos deixar de intimidade
Entre nós mais nada existe
Nem o amor nem a saudade
Mulher
Vamos deixar de intimidade
Entre nós mais nada existe
Nem o amor nem a saudade

Um amor que a gente perde
É semente de outro amor
Se pra tudo tem remédio
Também tem remédio a dor
Mas o meu santo que me
guarda é muito forte
Se me livrou dos teus olhos
Também me livra da morte

FONTE:
http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/08/vamos-deixar-de-intimidade.html

quinta-feira, 11 de junho de 2009

mais Asterios Polyp!

Eu quero meu Asterios Polyp!
Quando vão publicar isso no Brasil?
Olha só um trechinho da HQ - graphic novel de David Mazzucchelli!
Ele fica brincando com diversos estilos artísticos, várias formas de representar a figura humana.... muito bom!