terça-feira, 17 de março de 2009

Sobre o Fantasma de Cornelius em texto de Reginoise

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Aproveitando que o Last Splash acaba de postar pra download o disco "Fantasma", do Cornelius, pedi ao meu amigo e músico Reginaldo Bittencourt que escrevesse alguma coisa sobre esse disco, com a autoridade de quem é fã de carteirinha do Keigo Oyamada(foto). Aliás, se bem me lembro, foi lá em casa que Reginaldo pirou o cabeção com o Cornelius, quando conheceu o "Point" (2002), imediatamente posterior a "Fantasma" (sem contar os discos de remixes).




Sem mais delongas, vamos ao texto:



"Virtualmente desconhecido aqui na terra brasilis (no orkut, há uma comunidade dele... com 28 pessoas!), o japonês Keygo Oyamada (a.k.a Cornelius) já tem no currículo uma carreira que remonta ao finzinho dos anos 80, quando ele fazia parte de uma dupla, lançando-se depois, nos 90, como artista solo, e na ativa até hoje. De lá pra cá, vem mantendo uma trajetória de produção constante, não muito prolífica, mas sempre marcando presença no indie, e sempre em turnês ao redor do mundo, em festivais de música alternativa.

Mas ele apareceu mesmo na mídia em 1998 com o álbum Fantasma. O disco causou impacto à época. É uma verdadeira super-vitamina mista, tutti frutti mesmo, de referências ao pop (e fora dele). De Beach Boys, rap, noise, Mister Magoo (série de desenho animado dos anos 80. Quem lembra do velhinho, quase cego, que vivia escapando por um triz de se dar mal?… Ê, o tempo passa...) a Johann Sebastian Bach – sério -, tudo isto e muito mais, está lá. Mas, qual é o resultado desta mistureba toda, afinal? Algo sem sabor definido, inócuo exibicionismo enciclopédico de cultura pop? Nada disso; é um disco d-e-l-i-c-i-o-s-o. Na verdade, um grande álbum mesmo, capaz de reter um ouvinte da primeira à última faixa na primeira escutada. E coeso, sim; incrivelmente coeso! Sim: pois, à força de expor desavergonhadamente todas as suas influências sem nenhum disfarce, Cornelius consegue a proeza de fazer da falta-de-personalidade uma personalidade. O disco possui uma atmosfera única; e interessantíssima. Pra começar: o cara é um dos melhores técnicos de gravação do mundo, e as músicas são repletas de virtuosismos de estúdio, que surpreendem de minuto a minuto (sem cair no ranço de “olhem pra mim, sou freak!”) (e, surpreendentemente, apesar de músicas de balão-de-ensaio, são tocáveis ao vivo!!!). À parte isso, são todas excelentes composições. O cara realmente tava inspirado na época! Dinâmico, variado; e sempre brilhante. Em minha humilde opinião, Fantasma já faz parte do panteão dos Grandes Álbuns da Música Pop de Todos os Tempos. E fecha com uma faixa, cujo título, singelo, diz tudo sobre o sentimento do Keygo quanto à escolha que ele fez do rumo de sua vida: “Thank you for the music”! Confira. Ah, o encarte também é muito legal!"


Texto de Reginaldo Bittencourt.

E abaixo, o texto do Allmusic resumão da carreira de Cornelius:
"Japanese pop-noise savant Cornelius was born Keigo Oyamada in 1969; a self-taught guitarist inspired early on by Kiss and Black Sabbath, his musical alias was later chosen as an homage to the Planet of the Apes film series. A product of the same Shibuya-kei bubblegum scene that also gave rise to Pizzicato Five, Cornelius debuted in 1993 with the EP Holydays in the Sun, the first release from his own Trattoria label. He became a national teen idol in the wake of the release of 1994's full-length The First Question Award and a year later he issued the album 69/96, followed in 1996 by the remix LP 96/69. Released in 1997, Fantasma was his creative and commercial breakthrough, a kaleidoscopic, genre-hopping joy ride through contemporary musical history that became Cornelius' first American release when it was reissued by Matador a year later. Another pair of remix collections, CM and FM, followed in 1999. 2002's Point took Cornelius's sound in a more streamlined yet abstract direction that was echoed by 2006's Sensuous. The album was released in the U.S. in spring 2007. Sensurround, which featured Sensuous' videos and B-sides, arrived in fall 2008. "

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