sábado, 7 de março de 2009

Little Corrigan na terra dos signos visuais



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Estou no processo de ler Jimmy Corrigan: The Smartest Kid on Earth, de Chris Ware.
E ler essa graphic novel é exatamente isso: um processo.
É uma leitura compensadora, mas que exige alguma concentração, especialmente quando ele usa uns quadrinhos minúsculos com letras quase indecifráveis, ou brinca com a ordem da leitura de maneiras revolucionárias.
O cara simplesmente inventou um novo estilo de quadrinho,
com uma noção muito peculiar de design, absolutamente fascinante e precisa.
Um banquete para os olhos: tem que ser visto.
É um quadrinho art-noveau como o Little Nemo, pra citar um quadrinho clássico - iniciado em 1905 - que pode ser citado como um precedente para esta sofisticação visual.
Só que Jimmy Corrigan é reprocessado por todo o acúmulo de signos visuais do século XX e além.
É Art-Noveau funcional.
Cheio de uma ironia contemporânea, mas no fundo extremamente frágil...
O retrato da infância que ele faz, de se sentir medroso e desprotegido diante de coisas novas e aparentemente ameaçadoras, é algo que me tocou muito.
Essa infância continua mesmo quando Jimmy é um adulto.
mesmo sentimento desprotegido...

Eu não conseguiria ler de uma vez só.
É uma overdose desse universo melancólico.
Necessárias algumas pausas.
Ainda por cima é um livro de 380 páginas.

"Jimmy Corrigan" foi publicado inicialmente em capítulos na Acme Novelty Library, a revista autoral de Chris Ware, a partir dos anos 90.
Segundo a Wiki, a graphic novel completa saiu em 2000.

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