terça-feira, 30 de setembro de 2008

Forever People

Passei esses dias entretido com algumas novas (velhas) histórias em quadrinhos. Especialmente com "Forever People" de Jack Kirby, "Visões de 2020" de Jamie Delano e Frank Quitely, "Sgt. Rock" de Kanigher e Kubert.

Forever People é uma das revistas que Jack Kirby quando saiu da Marvel e começou a trabalhar novamente com a DC, em 1970. Eram várias revistas em que ele fazia roteiro, arte e edição, com sua energia prodigiosa e imaginação infinita. Estes títulos formavam o chamado "Quarto Mundo" (Fourth World), uma explosão de novos personagens e conceitos. O personagem que se tornou mais famoso foi justamente o vilão da saga, Darkseid. "Mister Miracle", "New Gods", "Forever People" e "Jimmy Olsen" se interligavam, mesmo indepentes, e mostravam a evolução de uma grande história. Mas para tristeza de Kirby e dos fãs, a DC resolveu parar com as publicações, que não obtiveram o retorno finaceiro esperado.

De certa forma, essas revistas foram um precedente para a grandiosa saga interligada "Sete Soldados da Vitória", de Grant Morrison, que consistia em sete mini-séries indepentes.

Ironicamente, Morrison teve seu pior momento na mini do Senhor Milagre, um dos personagens de Kirby. O roteiro, que pretendia reformular o conceito do Quarto Mundo, foi simplesmente pífio, e a arte ficou muito abaixo do nível das outras minis que compunham a saga (com exceção para o número desenhado por Pascual Ferry). No entanto, Morrison obteve sucesso absoluto ao revitalizar duas outras criações de Kirby, o "Guardião de Manhattan" e "Klarion, the witch boy" (os pontos altos, junto com Frankestein).

Forever People talvez seja inédito no Brasil. Se houver alguma edição desse material, deve ser muito antiga, perdido em revistas da Ebal ou coisas do tipo. Outros títulos dessa fase de Kirby foram publicados aqui, como Novos Deuses e Senhor Milagre. Mas vale salientar que essa edição importada de Forever People que eu peguei tem vantagens muito fortes em relação a essas publicações recentes da Opera Graphica. Porque ela é respeita o formato americano original, enquanto estas outras diminuem o tamanho das páginas. E também porque ela vem com tons de cinza (as séries não foram feitas para publicar em preto e branco chapado, como nas edições da Opera Graphica, mas sim em colorido, e os tons de cinza dão uma idéia mais próxima do resultado original.) Além, é claro, do texto original.

Triste saber, no entanto, que a DC Comics na época fez interferências nesse trabalho. O Superman que aparece no primeiro número foi redesenhado por outra pessoa. E forçaram Kirby a incluir uma participação do Desafiador (Deadman) que, aliás, fica péssimo no traço dele.

Ah, e acabo de descobrir um link interessante sobre o criador:
http://jackkirbycomics.blogspot.com/
http://kirbymuseum.org/blogs/kirby/

por hoje é só, folks!

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